domingo, 19 de junho de 2011
sábado, 11 de junho de 2011
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Matéria a quanto mal o mundo cria;
Cá, onde o puro Amor não tem valia,
Que a Mãe, que manda mais, tudo profana;
Cá, onde o mal se afina, o bem se dana,
E pode mais que a honra a tirania;
Cá, onde a errada e cega Monarquia
Cuida que um nome vão a Deus engana;
Cá, neste labirinto, onde a Nobreza,
O Valor e o Saber pedindo vão
Às portas da Cobiça e da Vileza;
Cá, neste escuro caos de confusão,
Cumprindo o curso estou da natureza.
Vê se me esquecerei de ti, Sião!
Luís Vaz de Camões, in Sonetos
terça-feira, 7 de junho de 2011
Láralálálálárálálárálálárá... porque muitas vezes canto. Com voz rouca ou cristalina. Depende.
I walk down my street at night
The city lights are cold and violent
I am comforted by the
Approaching sound of trucks and sirens
Even though the world's so bad
These men rush out to help the dying
And though I am no use to them
I do my part by simply smiling
The ghetto boys are catcalling me
As I pull my keys from my pocket
I wonder if this method
Of courtship has ever been effective
Has any girl in history said
Sure, you seem so nice, let's get it on
Still I always shock them
When I answer, "Hi, my name's Amanda"
And I'm not gonna live my life
On one side of an ampersand
Even if I went with you
I'm not the girl you think I am
And I'm not gonna match you
'Cause I'll lose my voice completely
No, I'm not gonna watch you
'Cause I'm not the one that's crazy
I have wasted years of my life
Agonizing about the fires I started
When I thought that to be strong
You must be flame retardant
And now to dress the wounds calls into question
How authentic they are
There is always someone criticizing me
She just likes playing hospital
Lying in my bed I remember what you said
There's no such thing as accidents
But you've got the headstone all ready
All carved up and pretty
Your sick satisfaction
Those his and hers matching
The daisies all push up'n
Pairs to the horizon
Your eyes full of ketchup
It's nice that you're trying
The headstone's all ready
All carved up and pretty
Your sick satisfaction
Those his and hers matching
The daisies all push up'n
Pairs to the horizon
Your eyes full of ketchup
It's nice that you're trying
But I'm not gonna live my life
On one side of an ampersand
And even if I went with you
I'm not the girl you think I am
And I'm not gonna match you
'Cause I'll lose my voice completely
No, I'm not gonna watch you
'Cause I'm not the one that's crazy, yeah
As I wake up to a cough
The fire burned the block but ironically
Stopped at my apartment
And my house mates are all sleeping soundly
And nobody deserves to die
For you were awful adamant
That if I didn't love you
Then you had just one alternative
And I may be romantic
I may risk my life for it
But I ain't gonna die for you
You know I ain't no Juliet
I'm not gonna watch you
While you burn yourself out, baby
No, I'm not gonna stop you
'Cause I'm not the one that's crazy, yeah
I'm not the one that's crazy, oh yeah
I'm not the one that's crazy
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Hoje fui assistir a uma representação do Cântico Negro,de José Régio, da turma da minha sobrinha Madalena. Ver aqueles jovens, cheios de energia e força, elas, as jovens mulheres portuguesas, pequenas e perfeitas e eles, os jovens homens portugueses, altos e de olhos escuros apaixonados, foi o culminar de uma nova esperança na Humanidade que me surgiu nos últimos dias. Os Lusos existem e estão vivos, em todo o lado, no Equador, na Argentina, na Islândia, no Egipto, na Líbia, na Grécia. Falta o vídeo. Um dia publicá-lo-ei.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Quando a lua vier tocar-me o rosto
terás partido do meu leito
e aquele que procurar a marca dos teus passos
encontra urtigas crescendo
por sobre o teu nome.
Esta noite morrerás.
Quando a lua vier tocar-me o rosto
terás partido do meu leito
e uma gota de sangue ressequido
é a marca dos teus passos.
No coração do tempo pulsa um maquinismo ínscio
e na casa do tempo a hora é adorno.
Quando a lua vier tocar-me o rosto a tua sombra extinta marca
o fim de um eclipse horário de uma partida iminente e o tempo
apaga a marca dos teus passos sobre o meu nome.
Constante.
O mar é isso.
A lua vir tocar-me o rosto e encontrar urtigas crescendo
por sobre o teu nome.
O mar é tu morreste.
O mar é ser noite e vir a lua tocar-me o rosto quando tu par-
tiste e no meu leito crescem folhas sangue.
A febre é uma pira incompreensível como a aparição da lua
e a opacidade do mar.
No meu leito a lua vai tocar-me o rosto e a tua ausência é um
prisma, um girassol em panóplia.
Agora a lua chega devagar e o mar é o leito de tu teres
partido, uma infrutescência de eu procurar a marca dos teus
passos por sobre o meu rosto.
A noite é eu procurar a marca dos teus passos.
Esta noite a lua terá um halo de concêntricas florações
de gotas do teu sangue e a irisada sombra do meu leito
é o teu rosto iminente.
A lua é uma seta.
Tu partiste é o silêncio em forma de lança.
Esta noite vou erguer-me do meu leito e quando a lua vier
tocar-me o rosto vou uivar como um lobo.
Vou clamar pelo teu sangue extinto.
Vou desejar a tua carne viva, os teus membros esparsos,
a tua língua solta.
O teu ventre, lua.
Vou gritar e enterrar as unhas nos teus olhos até que
o mar se abra e a lua possa vir tocar-me o rosto.
Esta noite vou arrancar um cabelo e com a tua ausência faço
um pêndulo para interrogar a lua por tu teres partido e a marca
dos teus passos ser a razão mágica de a lua poder surgir de
noite e urtigas crescerem no meu leito.
E se encontrar a marca dos teus passos vou crivar-lhe
o coração de alfinetes para que tu partiste seja a razão
mágica de tu poderes morrer-te.
Quando a lua vier em forma de lança vai trespassar um pássaro
para lhe ler nas entranhas a direcção tu partiste e a marca dos
teus passos consiste nos olhos abertos de um pássaro esventrado.
Ah, mas o luar é uma pluma do meu leito e a lua é o colo de
tu morreste para poderes enfim tocar-me o rosto.
Ana Hatherly, in Poesia, 1958-1978
sexta-feira, 8 de abril de 2011
E Rafael disse:
Muitos, a maioria, só querem de nós aquilo que pensam que temos para lhes dar. E então eu dou. Depois, fecho e espero. Muitos, a maioria, perde todo o interesse. É assim que eu sei a quem posso dar tudo o que tenho e a quem não. E darei tudo o que tenho, o que me sobra de espírito e cura, aos que se interessam pelo outro, não por aquilo que ele lhes dá, mas por curiosidade. A curiosidade é o princípio do amor e são esses que mudam o mundo.
Fotografia de Stephen Simpson
quinta-feira, 31 de março de 2011
sentei-me só. tão só. durante anos.
um: ano do mais profundo amor, dois: ano da mais profunda dor; três: ano da mais profunda raiva; todos começaram em março, com os meus rios;
senti-me só, tão só. tão escuro.
quatro: um ano da mais profunda libertação. todos os sentimentos são eternos... enquanto duram, disse-o o Poeta.
numa terra chamada Nonada.
domingo, 20 de março de 2011
os rios de março vão continuar, subterrâneos, pois subterrânea é a sua verdadeira natureza
Foto de Colin Horn na Unsplash
folhas soltas
cinco mais
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