as almas, os pássaros

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sexta-feira, 20 de novembro de 1987

Toda aquela prata, ali, espalhada no corpo da areia, toda aquela luz pelo corpo do mar fora e todo aquele azul por entre o vento. Todo aquele vento, ali, espalhado no corpo das dunas.
E era no meu corpo de areia que rebentava em espuma todo aquele mar. Era do meu corpo de vento que brotavam macias todas aquelas dunas, era o meu corpo de água que batia na areia, sôfrego.
E as mãos pesaram, tombaram ao longo dos corpos cansados, e a alma ficou leve, empurrou a areia no vento de encontro ao corpo das dunas. Foi quando todos os dias e anos pesaram, e soltaram-se, ali, espalhados sobre o corpo cansado e dorido da última praia deserta.
Na última praia as dunas inclinaram-se no vento, sorvendo o mar e o inverno, e eu deitei-me no chão de braços abertos, respirando aquele último verão que morria devagar, e sonhei, e senti e, pela primeira vez, amei.
Escrevi um nome na areia.
Faz-se tarde. Se não me encontrarem, procurem-me no vento.

Fotografia de Dale Durfee

quarta-feira, 14 de outubro de 1987


Sinto-me como esta estação que morre. É sempre assim em setembro. Mas este ano é particularmente dolorosa para mim, esta morte do verão. Ontem, sentada num banco de madeira no jardim que não é meu, olhava as folhas secas das árvores, que se soltarão com o primeiro sopro de vento, os limões ressequidos - o limoeiro também morreu, este ano - sentia aquele calor estúpido, aquela secura na alma, aquela angústia, aquela fúria de tudo parecer perdido, terminado. Quando a Maria telefonou, só lhe disse: Esta noite já não faço mais nada, vou dormir, se saio de casa ainda me cai uma árvore em cima, estou péssima. Não, também não gostei do último da Duras. Concordo que é patológico, por isso mesmo não gostei. Não estava em condições de o ler. Sentiste-te gozada? Talvez fosse essa a intenção dela. Ou talvez ela seja doente. Pouco depois, telefonou-me o Pedro. O sono não vinha. Estava eléctrica como aquela atmosfera doentia. Fomos beber umas cervejas e isso fez-me bem. O Pedro é tão normal, tão saudável. Tem planos, sonhos, futuro. Rimo-nos imenso. Rir faz bem. A noite, ali passada ao ar livre, no Rossio, no meio do povo, deixou de me parecer sufocante. As ruas estavam molhadas dos carros da limpeza, levantara-se uma humidade fresca do chão. Havia ainda imensos estrangeiros de férias com cara triste, desiludida. Tinham vindo atrás de um sonho e chegado à conclusão de que todas as cidades são cidades e são sujas e são barulhentas e, assim, nada melhor que a nossa cidade natal, que ao menos é nossa, é familiar, criamos-lhe um certo amor enraivecido, apesar de tudo. Conhecemos os cheiros, a sujeira, o barulho e já não nos chocam e até são de graça. São nossos, como talvez seja nossa a nossa alma. Não sei. Gostei de estar ali com o Pedro. Gostava que ele fosse meu amigo mas nestas idades já não se chega a conhecer ninguém. As crianças dormem, a partir dos vinte anos, às vezes mais cedo, às vezes mais tarde. Sobra nas pessoas aquele ar igual, a noite das almas, à noite todos os gatos são pardos. Furar os medos, abrir um pequeno buraco na desilusão, é quase impossível. Penso agora no Pedro, no perfil dele. Quem é a pessoa que está por detrás do seu sorriso? Como é que eu chego lá? Mais difícil ainda, como é que eu me descubro, me abro, me revelo? Porque não vem chuva da montanha para nos molharmos? E onde ficam todas essas lágrimas reveladoras que não são choradas? Às vezes, sou eu que não ouço. Escuto-me a mim mesma, às conversas dos bêbedos, ao barulho dos carros, aos silêncios da minha alma que se escapa para longe da rua iluminada, além das estrelas. Outras vezes, é ele que não ouve. Não sei onde está a alma dele, talvez mais perto da minha do que posso imaginar, também lá, longe dos telhados, atrás das estrelas. Bebemos a cerveja fresca e rimos dos turistas, conscientes de que também somos turistas na nossa própria cidade natal. Tudo é sempre terrivelmente desconhecido. Não é um abismo. É um silêncio por detrás do barulho, a verdade atrás das palavras, as almas encavalitadas na mesma lua, as mãos separadas, ouvimos palavras diferentes e nem nos lembramos das palavras faladas. Um homem forte, de tronco nú e barba escura, está debruçado a uma janela. Espreita a rua e não olha para nós. Tem um ar encalorado de insónia. Gostava de saber o que está por detrás do homem, como é o quarto. Não sei como é que sei que por detrás do homem está um quarto. Sei-o, muito simplesmente. Imagino um quarto pequeno, uma cama estreita encostada à parede, um armário do outro lado, de madeira velha, com um espelho, pouca luz, as paredes amarelas da pouca luz e da sujidade. Imagino que o homem não consegue dormir e nem tem saudades de nenhuma mulher. Está apenas ali, à janela, à espera que o barulho acabe. Não tem vontade de se misturar com os bêbedos ou com os turistas. O mais provável é que não pense em nada. Se eu lesse a alma dele atrás dos olhos que mal se vêem, escrevia um livro, parecido com isto que estou a escrever. Escrevia a história do homem à janela com o verão a morrer, escritor falhado, trabalha num escritório num prédio velho da baixa lisboeta. E está farto, farto, farto. As histórias são todas iguais. A Maria diz que as pessoas tão patológicas como as pessoas da Duras deviam suicidar-se. Só assim ela poderia perdoar à Duras aquela sensação de nojo que ela lhe deixou. Ela ficou assim enojada por ter lido o livro. As pessoas não deviam escrever livros que deixassem as outras com nojo. Mas nojo de quê? Só sei que também fiquei enojada. Enojada da dor. Há dores que são nojo, como a dor do luto, ou esta última dor das feridas que arrefecem, das cicatrizes a sararem mal, sem bálsamo algum, ao ar, com a infeção dentro como restos que apodrecem. O nojo é nosso. De alguma dor que sentimos, de algum monstro que existe dentro de nós, prestes a devorar-nos. Não me suicidei. Estou no controlo. Pelo menos à superfície, o mar foi encarcerado, poderosamente encarcerado e o que se passa lá no fundo, não quero saber, é cedo demais para saber, também não interessa. A opção é a vida, o melhor é olhar em frente ou para o lado. Ao lado estava o Pedro, bem-disposto, falávamos das peles que ligam e das peles que não ligam, de Curaçao e de Itaparica. Eu, só posso falar de mim, cada pessoa que fala, diga o que disser, fala sempre e apenas de si mesma, eu sentia a minha juventude a saltitar-me entre as mãos. Como pássaros. Estava contente com essa juventude mas, como qualquer jovem, não sabia bem como usá-la, o que fazer com ela. Já quase a destruíra uma e outra vez, agora olhava-a, desconfiada, enquanto ela pulava nas minhas mãos e me fazia cócegas atrás das orelhas. Como fazer para não a estragar, para não a partir aos pedaços? Em primeiro lugar, não a entregar a ninguém. Nem mesmo ao Pedro. Fiquei com medo das almas cegas. São profundamente estúpidas na sua cegueira e atiram aos pássaros, geralmente acertando, embora ao acaso. Eu sei, eu sei que o Pedro talvez possivelmente não tenha uma alma cega, mas posso apenas falar de mim mesma, porque uma pessoa consegue única e exclusivamente conhecer-se a si própria em absoluto mais ou menos. Sei uma coisa, que este pássaro agora é só meu. Claro que um pássaro partilhado noutro vento podia - e digo, poderia - ser qualquer coisa mais bela. Mas não arrisco um novo encontro naquele deserto onde vivem as almas cegas. Posso guardar este pássaro só para mim. Manter-me sempre afastada, distante. Rir dos atiradores ao acaso. Podes atirar, não chegas cá! Agora, os céus são altos e imensos, claro que me sinto perdida e só, mas longe, longe, e é bom estar longe quando o perto foi quase morte. Não disse por isso ao Pedro que a pele dele ligava com a minha, até ligava muito bem. Deixei ficar isso no ar, como outro pássaro a rir-se empoleirado num ramo distante de um gato espantado. Não vale a pena trepar. Eu fujo. Tenho asas e tu não. Foi a Mélita que primeiramente me falou na teoria amena e sensual das peles. Da humidade, do calor, da textura das peles. Talvez retractem a violência das paixões ou os sentimentos virginais de certos desencontros. E também há peles sem personalidade nenhuma, como a pele daqueles pseudo-gigolos atrás das árvores, olhando as estrangeiras velhas com um ar guloso de dólares, marcos e francos suíços. De repente, alheei-me daquilo tudo. Já não estava assim tanto calor. A cerveja estava fresca e eu sentia-me bem com aquele pássaro desconhecido e perigoso entre as mãos e a proximidade do pássaro do Pedro, que espreitava nos olhos dele, menos rebelde, fluindo com as palavras, como a música de Mozart tocada num velho caramanchão numa noite de luar, com rosas e um perfume doce a canteiros molhados. Cada alma é uma interrogação universal. Quando cheguei a casa, dormi bem. Tinha deixado a morte do verão atrás das costas, o pássaro era eu, agora, debaixo dos lençóis frescos, a dormir embalada na esperança da manhã fresca. Enquanto houver manhãs.

domingo, 20 de setembro de 1987


Flutuo para trás e para a frente na corrente, como uma folha arrancada da árvore-raíz. A foz e a luz aproximam-se e afastam-se consoante as luas e as marés, suspiro pelo mar limpo, é outono no meio do verão e perdi-me, o mar não chega, não chego ao mar. Recordo-me do espaço e tempo mais dolorosos desta vida que não quis ou será que quis? Dezassete anos. Estava só. Antes, durante e depois da minha morte, estava só. Sei o que senti naquela noite. Foi a noite em que deixei de confiar. Não estava só, simplesmente não estava ninguém ali. O mais estranho para mim agora é que nunca ninguém me fez pergunta alguma. Nunca ninguém perguntou: porque fizeste isso? Foi como se nunca tivesse acontecido. Depois as memórias apagam-se e regressaram as outras, as não-memórias, preencheram o vazio que ficou. Preferia não as ter. No meio do rio, olho para as margens, do lado direito a Cidade, do esquerdo a Floresta. Flutuo com a espada na mão, sempre a espada, aquela com que vim ao mundo, não posso largá-la. Quando descobri que era diferente, era tarde demais para falar no assunto fosse a quem fosse. Quando era muito criança, limitava-me a berrar a plenos pulmões até que certas pessoas saíssem da casa onde cresci. Mais tarde, fugia, fugia para os ramos das árvores, onde ficava escondida até que as pessoas saíssem. Depois aprendi a controlar a... visão. Tornei-me sábia e silenciosa. Passei a invocar nos outros apenas respeito, em alguns inveja, um pouco de medo, talvez. Estava só, nunca esteve ninguém neste sítio onde estou ou em nenhum dos sítios onde estive anteriormente. Como agora, na foz deste rio, estou só. Às vezes é tão grande o peso da espada que sinto que vou afundar-me nas águas turvas. Outras vezes, é a espada que me mantém à superfície. O seu peso varia. Olho para a Cidade, tantas pessoas de um lado para o outro, quase nunca olham para o Rio, pequenas, apressadas, silenciosas, umas alegres, principalmente as mais jovens, crianças, estudantes, outras tristes, algumas tão tristes que dói olhar para elas. Quase que fico feliz por estar aqui e não estar no lugar delas. Evito olhar para a Floresta. A Floresta, vejo-me a subir a margem esquerda do rio e a desistir de sair a foz, a desistir do mar. Não olho para a Floresta, ainda. No entanto, já não acredito, simplesmente já não acredito que algum dia chegue ao mar ou que o mar venha até mim, buscar-me ao rio, onde flutuo para a frente e para trás, eternamente até dizer basta, basta de luas, de marés, de esperas infinitas. O mar não vem. Porque estou aqui?

Aquela ave estava rubra de (a)mar.
As suas asas batiam contra um rio de pedra, o corpo tremia, os olhos fechados.
Havia uma luz matinal, clara, por entre a chuva,
havia um canto no ar, doce ou azul, ou amargo.
Do vôo dos navios, sobrara um sulco profundo na pedra.
Nem vento, nem mastro, nem vela, apenas fundo.
Aquela ave, esta manhã, ardeu contra a pedra sulcada.
Dela, apenas sobraram cinzas ou a luz de um canto azul, ou doce, ou amargo,
como gritos ou rios de março,
pelo chão.

sábado, 22 de agosto de 1987

Esta é a proa viva do meu barco,
abrindo o corpo azul a este mar.
Estas, são as velas duras do meu barco,
cheias do rosto branco deste vento.
O barco desperta as águas
(e já nem choram pedras: choveram, até arder).
Agora, até as aves soltaram as asas,
como mãos, de encontro ao mastro alto.
Este é o meu barco, branco,
que acendeu o vento norte.
Agora,
até a delicada agulha da bússola estremeceu
e um novo rumo se inscreveu,
na luz matinal do meu corpo,
largando amarras do teu.






domingo, 1 de março de 1987

Escorrem as saudades, como água, pelas pedras. Uma ave a arder contra um rio de pedra [do cais]. Iluminemos todas as manhãs de água. Uma pedra chora no vento e tomba na proa do teu barco, com um ruído surdo, de agonia. Recusemos o medo, de mãos dadas, sobre a pedra mais alta. No cimo da montanha estamos sós, mas respiramos o corpo do mar, solto no vento. Cala-te e deixa-me chover, o rosto contra esta espada. Tenho frio. Mas o amor é azul, como o céu por detrás das nuvens, a paixão dói quando chega ao mar, como um barco, de proa aberta, ferida [vingado que foi, o leito do rio, por cada brisa ou boca que nele tocou, solta, louca, antecipando o vento que nunca foi]. Sobrou apenas um canto, também azul, ou doce, ou amargo, como gritos ou rios de março, pelo chão.
Ficou um homem no cais, as mãos vazias, morre lentamente, os olhos a devorarem o rio. O barco, o barco, será que o barco parte?
Que sonho, o do barco, de querer arrancar o cais de terra e largar com ele! Agora, até as aves soltaram as mãos, como asas, de encontro ao mastro alto. Agora, um novo rumo se inscreveu, na luz matinal do meu corpo, largando amarras, do teu. Porque nem as tuas mãos cresceram nem a minha alma diminuiu. Mas o amor é azul, a paixão escalda, de luz. Azul era o mar na tua mão, em junho. Azuis eram as minhas mãos sobre o teu peito e a tua boca na minha. Azul foi Sesimbra, em março, o meu barco fundeado ao largo, na luz da tarde, transformou o homem em criança no meio dos destroços [da minha vida?]. Não devia ter olhado para trás, riu-se de mim. Ou será antes um pedido de socorro? A criança chora ou ri. O homem sofre. A vida é assim, a espreitar por entre os teus cabelos brancos, a tua pele a arder na minha, os olhos fechados. Já nem choram pedras. Choveram, até arder. As aves também ardem. Ou partem. Não olhes para mim com esses olhos. Porque é que tinhas que ser apenas cais? O cais não pode navegar. E o barco largou, ó esqueci-me das velas no cais! E a maré enche, até quando? Brisa a brisa, beber a pele poro a poro, não queiras agora vencer a corrente dos rios de março, vastos, tumultuosos. Lembras-te de como o amor era para ti um lago sombrio? Para mim era uma cascata. Podia ter sido um outro rio [levar-te comigo]. De qualquer forma, havia uma foz e, para além da foz, o mar. Como querias conquistar-me, preso ao cais? Amar não basta. Cada vez menos, quando os beijos são como mastros sem velas ou velas sem mastros, as palavras, ficaram pousadas do outro lado das mãos. E a maré enche, até quando? Porque olhos nos olhos, nunca! O medo nas tuas mãos macias! O medo no teu corpo a tremer no meu! Porque é que te refugiaste no ventre da terra? O sol nasce todos os dias, agora morreu nos nossos olhos, que nunca se cruzam. E a minha cor é azul, fundamentalmente no vento, quando o azul é branco, de luz. O vento, agora procuras-me no vento, mas fez-se tarde. Ficou a sede no coração das nascentes, entorpecidas, estonteadas [além de ti, é sempre o mesmo mar e eu sou barco]. E toda aquela prata, ali, espalhada no corpo da areia, era novembro. As falésias e a luz na água. E o vento a ensinar-me a amar. Nessa altura, ainda podia olhar para os teus olhos. Fascinavam-me. Nessa altura, os teus olhos eram ainda brilhantes e intensos rios de luz, em abril. A chuva esquecera-se de aparecer e o desejo pode despir-se. Fascinou-me a candura no teu olhar, a agressividade nas palavras, que mordiam o meu ventre. E a vida, a vida assim a espreitar por entre os teus cabelos brancos, o barco sonhou e sangrou. Mesmo assim, apesar das lágrimas e do caos, talvez o cais seja barco e seja ave, como a mulher que o amou, talvez a piedade abra ainda o seu caminho através dos escolhos, segundo Schopenhauer. Não sei. Naquela tarde, o cão da Berlenga, cego, pousou o focinho nos meus joelhos. Mais tarde. Mais tarde, pensei, construirei algo com ele. De forte e sólido. Como esta ilha. Como esta pedra. Como um barco. Naquele dia, de madrugada, choveram-me todos os cantos na boca vazia da tua. Um outro abril, a chuva, afinal, não está esclerosada. Mas sobrou ainda aquele canto azul, ou doce, ou amargo. Da ave ardida contra o rio de pedra. E as tuas mãos, pequenas, mas doces.

Março de 1987
2º Prémio DN Jovem

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