as almas, os pássaros

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domingo, 24 de dezembro de 2023

sábado, 16 de dezembro de 2023

A História repete-se tão cruelmente, como se nunca tivesse acontecido.

(Les uns et les autres, um filme de Claude Lelouch).


Como escreveu George Orwell, a História é escrita pelos vencedores e talvez por isso, embora não apenas por isso, a História pouco de realmente importante ensina a quem quer que seja, a não ser como matar mais e de forma mais eficiente.

A maioria da humanidade continua escravizada, sem disso se dar conta. A "vidinha" cria a ilusão de segurança, que aparentemente é o que mais é vendido na sociedade actual, através da arma do medo. Temos "vidinha" enquanto tal for conveniente para os predadores, que assim amansam e adormecem e mesmo amputam o assustador potencial do ser humano. Para o bem e para o mal, ou para a criação e destruição.  

Ou até sermos chamados como carne para canhão. Agora já não é canhão, é tanque, avião, barco, drone, mas continua a ser a nossa carne que alimenta as guerras. 

Alguns entre nós pensam, mas é importante perceber que Trump e Putin e outros conhecidos são apenas marionetas. Os que pensam, são apenas aqueles cuja "vidinha" lhes proporciona algum tempo de ócio. É difícil pensar a trabalhar 6 dias por semana e com família para cuidar e alimentar e dívidas, sempre muitas dívidas, sendo o dinheiro apenas a nova trela e o novo chicote. Tenho sempre fugido da trela e do chicote como o diabo da cruz. Nem todos conseguem. Nem sempre consigo.

A haver alguém que consiga mudar o rumo da História, a História que se repete, o livro escrito pelos vencedores, como aconteceu nas grandes revoluções, será uma ovelha negra. A ovelha negra dos predadores. Como sempre. Se não acreditam, não leiam os livros de História, leiam os Clássicos ou leiam o livro, ou vejam o documentário O Capital do Século XXI. 

E as ovelhas negras depois têm filhos que não são ovelhas negras, mas novos predadores. Até porque as ovelhas negras são apenas uma nova geração de predadores que quer tomar o poder nas mãos.

Já não consigo sentir empatia nem mesmo pelos escravos, apesar de saber que a culpa não é deles. Estou cada vez mais Fernoa Capela Gaivota. Prefiro não comer a participar na carnificina. E não vale a pena pregar, enquanto houver "vidinhas".


Fonte da fotografia: https://www.euronews.com/culture/2022/04/30/showing-the-truth-matters-the-emotional-challenge-of-war-photography-in-ukraine


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

quinta-feira, 20 de setembro de 2012



Every wolf`s and lion`s howl

Raises from hell a human soul.

[William Blake]

Os índios americanos acreditam que todos nós temos um animal guardião e que este nos é revelado em sonhos. Talvez esta crença tenha um significado mais profundo. Sonhei com um lobo preto de olhos dourados. Estava com os dentes todos arreganhados, a rosnar baixinho, e pregou-me um enorme susto. Primeiro, quis fugir, mas algo me fez voltar a olhar para ele outra vez. Estava a flutuar no ar, à minha frente, e pousara a cabeça entre as patas dianteiras. Abanou ligeiramente a cauda e desapareceu.

A verdade é que os lobos estão à beira da extinção total, entre tantos outros seres. São dos poucos animais monógamos. São inteligentes, profundamente leais aos membros do grupo, meigos e brincalhões. Talvez a próxima geração possa vê-los apenas no YouTube. 
 
 
Fotografia de Jess Lee
Se quiser ajudar a preservar o Lobo Ibérico: Grupo Lobo


O Reino dos Céus não virá por esperares vê-lo. Nem ninguém poderá dizer, ei-lo aqui, ou ei-lo ali, porque o Reino dos Céus está dentro de ti. […] Virão os dias, onde desejarás ver um Dia do Filho do Homem, mas não verás. 
E dir-te-ão, vê aqui, ou vê além. Não os ouças nem os sigas. 
Pois como o relâmpago, que liga o Céu e a Terra, assim será o Filho do Homem no seu Dia. Mas antes, terás de experimentar muito e ser a negação da tua geração. 

Yeshua, segundo Loukás
Horror é a falsa delicadeza dos demónios cobertos de sarcasmo.
Horror é a falsa compaixão dos políticos cobertos de ganância.
Horror é a pele ensanguentada do carneiro morto sobre as bestas.
Horror é a falsa glória a escorrer baba sobre a barriga do cavalo aberta pelos cornos do touro.
Horror é a falsa vitória do ego a saltar numa bola de fome.
Horror é o aplauso dos escravos aos carrascos.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Quase todas as qualidades do estado nascente as encontramos concentradas na adolescência, fase da vida em que é mais frequente esse estado, e compreende-se porquê: a adolescência é o período de passagem da infância e da família infantil ao estado adulto em toda a sua complexidade (…) Separar-se da família, do mundo dos valores, das emoções e das crenças infantis, e unir-se a outras pessoas para amar, mas também aos partidos, aos grupos, à política, à ciência. A adolescência é, por isso, a idade do contínuo morrer e renascer para outro (…) A instituição tem horror do estado nascente, é a única coisa que receia, porque é a única que lhe abala, só pelo facto de aparecer, os alicerces. Do ponto de vista da instituição, o estado nascente é, por definição, o inesperado; porque a sua lógica é diferente da vida quotidiana (…) ataca a instituição em nome dos seus próprios valores, acusando de hipocrisia (…) perante o estado nascente, a instituição é abalada nas suas certezas, pois reproduzindo o evento do qual ela nasceu, revelando no estado puro as forças que o alimentam, o estado nascente cria uma situação de risco mortal. Os mecanismos sociais procuram extingui-lo, torná-lo impossível (…) o noivado, a separação, o divórcio, a mancebia, a vingança, o casamento, são tudo saídas institucionais daquele tipo particular de estado nascente que é o enamoramento (…) é este o rosto que a instituição apresenta ao estado nascente: rosto terrível, desumano, e que não pode surpreender por si, pois, de facto, ela surge também do estado nascente. Veremos em seguida como o amor, o pacto, o casamento, surgem do enamoramento. A um certo ponto, o estado nascente acaba e o seu lugar é tomado pela instituição, a qual declara realizar completamente a experiência do estado nascente. A missa é a reprodução do sacrifício da cruz, diz o catecismo, mas, na realidade, quem assiste à missa pode reviver ou não esta experiência. Um místico revive-a, um distraído não, porque pensa em outra coisa; alguém que não acredite observa a missa como um espectáculo mais ou menos estranho, mais ou menos aborrecido. A missa, que no estado nascente religioso do qual nasceu era o reviver do sacrifício da cruz (e que volta a sê-lo quando aquele estado nascente se reactiva), como instituição pretende reactivá-lo sem a participação dos homens. Todas as celebrações, todas as festas, todos os pactos, todas as instituições, nasceram – e renascem – através dos movimentos constituídos por homens concretos, mas, enquanto instituições, não têm necessidade dos homens.

Francesco Alberoni, in Enamoramento e Amor

segunda-feira, 21 de maio de 2012


quinta-feira, 22 de março de 2012

e há aqueles que não merecem nem a espada nem o chicote. O que se quer é o bem-estar de todos e não apenas de alguns. Difícil? Com certeza. Na natureza humana sempre foram os vassalos que cumpriram os desígnios do egoísmo, da ganância e da crueldade. Contentam-se com restos, lutam ferozmente pelos restos, eternamente longe do portão, onde uns poucos se contorcem, gordos e vesgos, cheios de baba. E entre esses poucos e o resto da Vida, estão os vassalos, bastão em riste, arcontes patéticos de sexo fremente e flácido que batem em mulheres e crianças e homens cheios de sensibilidade, inteligência e coragem. Não merecem nem a espada nem o chicote nem o cuspo.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Porque já ninguém olha para ela.

North Star May Be Wasting Away




quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Constituição da República Portuguesa, Artigo 21.º, Direito de resistência

Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, 
liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, 
quando não seja possível recorrer à autoridade pública.


Os menos afoitos podem exercer o seu direito da segunda forma mais bela: sorrindo. Quanto aos mais afoitos, deles tudo e nada se pode esperar. Podem tudo, até o nada mais belo.



terça-feira, 17 de janeiro de 2012



eles, os donos, cangam os
criados, vós, cangais os
bois, nós, não cangamos o
touro, ele, não (te) canga
tu cangas(te),
eu não me cango,
ca(n)ga-te



terça-feira, 6 de dezembro de 2011


sábado, 29 de outubro de 2011






Somos sete biliões de humanos e vivemos em sete biliões de mundos diferentes. Estamos longe do fim e do princípio. Pensamos nós. Pensamos demais. Sentimos pouco. Talvez por medo.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Desaprendeu a espera - come o pão sem saborear o sol - corta até o sol do pão com uma faca afiada - o breve sol na côdea funde-se com os dentes - corre o risco de acordar.

Desaprendeu os laços - tecla sem saborear a vida - esmaga até a vida nas teclas - a leve vida nos dedos estala no peito - corre o risco de sentir.

Desaprendeu a liberdade - vai de um ponto ao outro sem ver o céu - apaga até o céu das árvores - o céu matinal nas árvores cria pássaros - corre o risco de levantar vôo.

Desaprendeu a verdade - endivida-se por mentiras perdendo o essencial - arranca até o essencial da alma
- o essencial particular da alma grita muito - corre o risco de sofrer.

Desaprendeu o amor - só existem personagem nos monitores - cegou até para o toque - do amor do toque real nascem lágrimas - corre o risco de mudar.

e agora tudo se vai: o pão sem côdea, as teclas e os monitores, as cidades e as ruas mortas, os carros velozes, os antibióticos e os anti-depressivos, o crédito e as mentiras, et cetera, et cetera, et cetera, et cetera, et cetera, et cetera...

no final sobra silêncio

algumas pedras


Se o de esquerda é demasiado burro para governar, o de direita é demasiado estúpido. Entre um burro revolucionário e um estúpido reaccionário, prefiro o burro revolucionário, até porque o estúpido costuma ter a mania que é inteligente. O primeiro tem pelo menos no horizonte a noção de livre-pensamento, liberdade, compaixão. O segundo tem no horizonte a escravidão, a começar pela própria. Do burro pode-se esperar o caos criativo, do estúpido apenas a prisão. O que eu gostava mesmo, mesmo, era de um equilíbrio, de um consenso, de diálogo. Mas tal não é possível no actual panorama político. Entre o burro revolucionário e o estúpido reaccionário existe apenas uma massa amorfa e corrupta. Assim sendo, vou votar num novo parádeigma, a partir do qual espero uma nova realidade venha ao ser.


A minha rosa quer adormecer e eu não deixo. Se ela adormece, morro. Olho os quatro pontos cardeais da Terra e vejo a Humanidade acéfala dirigida pela gulosa Ignorância, a gananciosa Cegueira e a insaciável Fome.  Pedem-me para traçar os planos do poder e vejo os últimos redutos incendiados, em todas as direcções em que olhe. Não tenho mais onde refugiar-me, que mãe é esta que não vê a dor da sua filha? Há livros que acabam bem. Há filmes que acabam bem. A Vida e a Poesia não acabam bem. 
 


Fonte da imagem: Temperance and greed

"...the people who are crazy enough to think they can change the world are the ones who do."

Steve Jobs

Morra o bispo e morra o papa.
maila sua clerezia.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Morram frades, morram freiras.
maila sua virgaria.
Ai rosas de sangue e leite.
que só a terra bebia!
Morra o rei e morra o conde.
maila toda fidalgula.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Morram meirinho e carrasco.
maila má judicaria.
Ai rosas de sangue e leite.
que só a terra bebia!
Morra quem compra e quem vende,
maila toda a usuraria.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Morram pais e morram filhos.
maila toda filharia.
Ai rosas de sangue e leite.
que só a terra bebia!
Morram marido e mulher.
maila casamentaria.
Ai rosas de leite e sangue,
que só a terra bebia!
Morra amigo, morra amante.
mailo amor que se perdia.
Ai rosas de sangue e leite,
que só a terra bebia!
Morra tudo, minha gente.
vivam povo e rebeldia.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!

Jorge de Sena

 We were never able to afford the rich. The rich are here to teach us we can not afford them and we must therefore dream further.

Mas em português, é assim: a Vida não existe para sustentar os predadores. Os predadores estão aqui para nos ensinar que não podemos sustentá-los e que temos, portanto, de sonhar para além deles. Não somos rosas de leite e sangue. Apenas. Maila, maila, baila.

 

folhas soltas

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