Às vezes apetece-me dizer a um amigo:
big, big mistake! No entanto, nunca o fiz. Acredito que cada um de nós tem a sua aprendizagem e esta só se concretiza pelos erros que cometemos na vida. Dói-me vê-los cair, dói-me vê-los enterrarem-se, dói-me vê-los emparedarem-se vivos, por vezes, e, no entanto, nada digo. Limito-me a ficar ao lado deles; se um deles me estender a mão, eu agarro. Mas só se me estenderem a mão. Se o não fizerem, fico ali, limito-me a amá-los. Há quem não compreenda. Mas há que respeitar a liberdade com que nascemos. Sem dúvida que todos nascemos livres e haveremos de morrer ainda mais livres, a menos que alguém, bem-intencionado, mas que não saiba amar, resolva viver as nossas dores por nós. E eu? Porque é que quase não cometo erros? Porque vejo para a frente e para trás, infinitamente e, por vezes, interrogo-me: porque é que ainda cá estou?
Talvez porque só veja dentro do círculo.
Fotografia:
Cheyenne Glasgow