Emoção foi a primogénita. Nasceu bela, louca e sábia, com todos os dons, sendo nela os dons da visão e da cura os mais fortes. Possuía uma qualidade que a tornava amada e imprescindível: nunca se enganava.
Razão nasceu eras mais tarde, apenas para ser apoucada pela sua irmã mais velha. Desenvolveu-se a pulso, mas sempre inacabada, fria, cega e ignorante. A sua utilidade era desconhecida, apenas se tornava aparente quando a loucura tomava conta de sua irmã. Nessa altura, Razão parecia conseguir exercer algum controlo sobre ela. No entanto, vivia só e invejosa, desamada por todos.
Mas no dia em que Emoção se enganou pela primeira vez, Razão ganhou o direito de a matar.
E fê-lo, com uma crueldade inimaginável.