as almas, os pássaros

as almas, os pássaros

as almas, os pássaros

as almas, os pássaros

Mostrar mensagens com a etiqueta Cat Stevens. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Cat Stevens. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 14 de outubro de 2024



Morning has broken like the first morning 
Blackbird has spoken like the first bird 
Praise for the singing, praise for the morning 
Praise for them springing fresh from the world 

Sweet the rains new fall, sunlit from Heaven 
Like the first dewfall on the first grass 
Praise for the sweetness of the wet garden 
Sprung in completeness where His feet pass 

Mine is the sunlight, mine is the morning 
Born of the one light, Eden saw play 
Praise with elation, praise every morning 
God's recreation of the new day 

Morning has broken like the first morning 
Blackbird has spoken like the first bird 
Praise for the singing, praise for the morning 
Praise for them springing fresh from the world 

Eleanor Farjeon, 1931 (cantado por Cat Stevens)

Já fui como um rio, um rio nascente, por mais porcaria que nele caísse, de águas sempre limpas, a saltitar sem destino numa dança em direção ao Mar, sendo que o Mar então era apenas a Saudade satisfeita de uma infinitude unida de todas as coisas. Uma Saudade do porvir. 

Em toda a luz eu via a criação imaculada e a luz, essa via-a em todo o lado, nas crianças, nos animais, nas plantas, nas pedras, na areia. A única escuridão que parecia existir no mundo era a dos adultos. Por isso nunca quis crescer. 

Muitas vezes me perguntei como era possível conseguir limpar-me de tanta m..., reunir-me de novo após tanta entropia, mas a verdade é que acontecia. Cheguei a pensar que conseguiria percorrer todo o caminho sem me sujar, incólume, imaculada, como tudo o que então via e hoje não vejo mais. 

Mas não. Acho que a única razão porque estamos aqui é para atravessar as trevas e o caos e mesmo assim dançarmos. Ainda não consigo. Talvez por ter estado tão perto do céu na terra, a escuridão absoluta tomou-me de surpresa. 

No entanto sei.

Sei, tudo o que pensamos ser sólido não o é. Tudo o que pensamos ser escuro não o é. Tudo o que pensamos ser caos não o é. Saber é nascer com. Não significa que sejamos imunes à ignorância, ao medo, à merda enfim. Como alguém disse um dia, nascemos todos ingénuos (perfeitos), morremos envenenados. 

Onde está o Mar? Temos mesmo de morrer assim, envenenados, como furúnculos? Temos mesmo de entropiar como tumores malignos? 

Valley's deep and the mountain's so high 
If you want to see God you've got to move on the other side 
You stand up there with your head in the clouds 
Don't try to fly you know you might not come down 
Don't try to fly, dear God, you might not come down 

Jesus came down from Heaven to earth 
The people said it was a virgin birth 
Jesus came down from Heaven to earth 
The people said it was a virgin birth 
The people said it was a virgin birth 

He told great stories of the Lord 
And said he was the saviour of us all 
He told great stories of the Lord 
And said he was the saviour of us all 
And said he was the saviour of us all 

For this we killed him, nailed him up high 
He rose again as if to ask us why 
Then he ascended into the sky 
As if to say in God alone you soar 
As if to say in God alone we fly 

Valley's deep and the mountain's so high 
If you want to see God you've got to move on the other side 
You stand up there with your head in the clouds 
Don't try to fly you know you might not come down 
Don't try to fly, dear God, you might not come down 

Barclay James Harvest, Hymn, 1977 

Se a água do mar cura tudo e não consegues ir ao mar, também a água da música cura tudo. Não temos de morrer envenenados, só temos de tirar o véu dos olhos. Somos sobretudo espaço vazio, que podemos encher como quisermos com o que quisermos. E sabemos que alguém guarda o mundo, até que arda. Preciso não me esquecer disso, porque o Filho do Homem morreu e deixou-nos um facho de luz.

No entanto, se me perguntarem, de todo, não acredito num Deus.

folhas soltas

a tua alma apontada (1) A viagem da alma (28) Agnieszka Kurowska (1) Agostinho da Silva (2) Agustina Bessa-Luís (1) Aida Cordeiro (1) Al Berto (1) Alexandre Herculano (1) Alisteir Crowley (1) Almada Negreiros (2) Amanda Palmer (1) amigos (1) Ana Cristina Cesar (1) Ana Hatherly (1) Anne Stokes (1) Antero de Quental (1) António Lobo Antunes (2) António Ramos Rosa (2) Apocalyptica (1) apócrifos (2) Arte Virtual (1) as almas os pássaros (1) As Arqui-inimigas (1) Ashes and Snow (1) Auguste Rodin (1) autores preferidos (88) avós (1) Barclay James Harvest (1) Bocelli (1) Bon Jovi (1) Buda (1) Carl Sagan (1) Carolina (3) Caroline Hernandez (1) Cat Stevens (1) Catarina Nunes de Almeida (1) ce qu’il faut dépenser pour tuer un homme à la guerre (1) Cheyenne Glasgow (1) Chiyo-ni (1) Chogyam Trungpa Rinpoche (1) cinema (6) Cinema Paradiso (1) Clarice Lispector (1) Coldplay (1) Colin Horn (1) Constantin Brancusi (1) contos (28) Contos para crianças (6) Conversas com os meus cães (2) Curia (1) Daniel Faria (2) David Bohm (1) David Doubilet (1) Dítě (1) Do Mundo (33) Dylan Thomas (1) Eça de Queiroz (1) Eckhart Tolle (1) Edgar Allan Poe (1) Edmond Jabès (1) Eleanor Farjeon (1) Elio Gaspari (1) Emily Dickinson (4) Ennio Morricone (1) Eric Serra (1) escultura (2) Federico Mecozzi (1) Fernando Pessoa (3) Fiama Hasse Pais Brandão (3) Fiona Joy Hawkins (1) Física (1) fotografia (9) Francesco Alberoni (1) Francisca (2) Fynn (1) Galileu (1) Gastão Cruz (2) Georg Szabo (1) George Bernanos (1) Giuseppe Tornatore (1) Gnose (2) Gonçalo M. Tavares (1) Gregory Colbert (1) Haiku (1) Hans Christian Andersen (1) Hans Zimmer (1) Henri de Régnier (1) Henry Miller (1) Herberto Helder (5) Hermes Trismegisto (1) Hilda Hilst (3) Hillsong (1) Hipácia de Alexandria (1) Igor Zenin (1) inteligência artificial (1) James Lovelock (1) Jean-François Rauzier (1) Jess Lee (1) João Villaret (1) Johannes Hjorth (1) Jonathan Stockton (1) Jorge de Sena (1) Jorge Luis Borges (2) Jorseth Raposo de Almeida (1) José Luís Peixoto (2) José Mauro de Vasconcelos (1) José Régio (1) José Saramago (1) Khalil Gibran (1) Krishnamurti (1) Kyrielle (1) Laura (1) Linkin Park (1) Lisa Gerrard (3) Live (1) Livros (1) Loukanikos (1) Luc Besson (1) Ludovico Einaudi (1) Luis Fonsi (1) Luís Vaz de Camões (1) Luiza Neto Jorge (1) Lupen Grainne (1) M. C. Escher (1) M83 (1) Machado de Assis (1) Madalena (1) Madan Kataria (1) Manuel Dias de Almeida (1) Manuel Gusmão (1) Marco Di Fabio (1) Margaret Mitchell (1) Maria Gabriela Llansol (1) Memórias (25) Michelangelo (1) Miguel de Cervantes y Saavedra (1) Miguel Esteves Cardoso (1) Miguel Sousa Tavares (1) Miguel Torga (1) Milan Kundera (1) música (26) Neil Gaiman (1) Nick Cave (1) Noite de todos os santos (1) O sal das lágrimas (2) Olavo de Carvalho (1) Orações (1) Orides Fontela (1) Orpheu (1) Oscar Wilde (3) Palavras preferidas (1) Palavras que odeio (1) Paolo Giordano (1) páscoa todos os dias (3) Patrick Cassidy (1) Paul Valéry (1) Paulo Melo Lopes (2) pensamentos (78) pintura (5) Platão (1) poemas (15) Poemas Gregos (2) Poesia (2) prosas (25) Prosas soltas (1) Radin Badrnia (1) Richard Linklater (1) rios de março (1) Roland Barthes (1) Russell Stuart (1) Serafina (2) Shalom Ormsby (1) Sigur Rós (1) Simone Weil (1) sobrinhas (5) Sócrates Escolástico (1) Sofia Raposo de Almeida (178) Sophia de Mello Breyner (14) Stephen Fry (1) Stephen Simpson (1) Steve Jobs (1) Susan J. Roche (1) Sytiva Sheehan (1) Teresa Vale (1) The Cinematic Orchestra (2) The Verve (1) Thomas Bergersen (1) Todd Gipstein (1) Tomás Maia (1) traduções de poemas (5) Uma Mulher na Foz de um Rio (4) valter hugo mãe (1) Vincent Fantauzzo (1) Wayne Roberts (1) wikihackers (1) William Blake (2) Yeshua (2) Yiruma (1)

cinco mais