as almas, os pássaros

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sexta-feira, 24 de novembro de 2023




Luz mar
Azul verde branco e dourado
Sensibilidade bom-senso paz e amor







Gratidão
Pelas mães e pelos pais. Pelas crianças. Pelo sol, pelo mar, pela luz. Pelas dunas e pelo vento. Pelas aves no céu, as abelhas, joaninhas e borboletas. Pelas árvores e pelos frutos. Pelas espigas e pelo pão. Pelos cães. Pelas casas, pelos jardins, pela chuva, pelas nuvens. Pelas estradas poeirentas, pelos momentos de liberdade, pelos livros e pela música. Pelas estrelas, pelos tigres, pelos pandas, pelos bambus. Pelas flores e pelos rios e pela erva e pelas pedras. Pelo conhecimento global e pela partilha. Pelos aromas e pelas especiarias. Pelas montanhas. Por existir, por respirar, por amar, por conhecer, pela alegria e pelo riso. Pelos momentos de amizade. Pelas conversas preguiçosas. Pela cor e pelo som. Pela lua e pelos desertos.

Eu sou Nós, 
sou parte de um tudo, sou a chama que ainda não ardeu e as asas que não voaram e a espuma que não rebentou na praia e os olhos da águia que não foram. Sou a estrela que já implodiu e a chuva que já caiu e o vento que já soprou e a abelha que já morreu. Sou a terra e o mar e a árvore, sou a pedra na areia e também sou o pombo envenenado que se curou e o lince extinto que renasceu e o dinossauro e a formiga e um diamante na rocha. Eu sou agora a paz no mundo, o pão infinito, a energia ilimitada para todos. Eu sou a beleza, a calma, o carinho, a cura e o bem-estar. A renovação e a ciência e a pergunta e a resposta. Eu sou a água que vai ficar limpa, os oceanos renovados, a atmosfera pura, o magnetismo, a lua e o equilíbrio da terra e a guardiã dos animais e das plantas. A ética, a generosidade e o amor. Não sou o fim do petróleo, mas sou o despertar do espírito na matéria. Eu sou o abandonar das armas em todos os continentes e ilhas da Terra. Eu sou a liberdade de pensamento e de acção. Energia pura, música e pó de estrelas, asas e vento. Eu sou o anjo que neutralizou os demónios, a que veio do pó para iluminar o mundo.

E tu também.

quinta-feira, 2 de novembro de 2023


incomensurável

adjectivo uniforme
1. que não se pode medir
2. que não tem medida comum com outro ou outros objectos
3. imenso; enorme

nome masculino

MATEMÁTICA antiga designação de número irracional

(Do lat. med. incommensurabìle-, «id.»)

Fonte: Infopedia

F

Não é necessário que algo aconteça para ser verdade. Lendas e sonhos são as verdades-sombra que sobrevivem quando os simples factos são pó e cinzas, e esquecidos.


Neil Gaiman in Sandman



It may be an infinity.

Infinities are weird things. You tend to think of them as something big. But a property of an infinity if you add 1 to it, or even add another infinity to it - it doesn’t change. Another name for something that doesn’t change is a constant. So an infinity won’t be big or small, just an unchanging part of our reality.

It must be so because our minds are almost certainly discrete, finite things. We can only make finite changes, we can only distinguish between many states. Whatever we do, we can’t change an infinity. So if there is an infinity that is a fundamental part of our universe - how do we observe it?

As far as I know nothing in physics has turned out to be infinite. (I heard it put another way by a physicist once - real numbers exist only in the minds of men and are thus decidedly unreal.) Certainly space and time aren’t infinite in the usual sense - they had beginnings, and we observe their passage, watch them change. The lack of infinities is not so obvious looking at big things, but there is a related concept that accompanies every infinity - the infinitesimal. Infinitesimal implies you can keep chopping things up indefinitely which of course you can do to an infinity. In our observable universe there are no infinitesimals - as far as I know everything has its plank limit, which is why you don’t need reals. Everything physics measures is made of discrete changes, and our discrete finite minds build those changes up into what we perceive as our finite reality.

A similar statement is quantum field theory says we are just a collection of mostly standing but ever changing waves. As I understand it, it’s the best description of our universe we have. But do you see the problem? It has that word “change” in there. And needing constant change implies it is blind to infinities. It is just the sort of blindness you might expect a theory thought up finite minds to have.

But that equally, nothing I’ve seen in physics prohibits an infinity lying at the heart of our universe. It just means our finite minds haven’t observed it (which is hardly a surprise). To us, it is just there - a constant. If this constant is producing things like vacuum energy then questions like “where did it come from” become meaningless.

That doesn’t mean an infinity or a universe that has an infinity at its core is unknowable to us. While infinities are, well, infinite and thus in some sense unknowable, their behaviour is most definitely not. Our finite brains, or at least those of some mathematicians, have mapped out what they do and how they behave fairly well. Not perfectly - we aren’t entirely sure how many there are for example. (Well, we know there are infinitely many of them as we can take the power set of an infinitely to make a new one - but we may be able to make infinitely more than that if you need a smaller gun than a power set, and needing something smaller is the currently favoured conjecture.) But then the similar things could be said for primes. I’d say humans have both fairly well tamed.

The point is saying there is an infinitely lurking, hidden under the maths driving our physics is not at all the same as saying there is a god. No one can claim to tame a god, yet our maths has mostly tamed infinities. We can understand this. The problem is, if there is an infinity generating the universe as we see it, the physicists haven’t found it.

By the by, Penrose’s recurring universe looks decidedly finite to me. If it’s infinite, why are we observing part of the cycle as a change? If the infinity is there, it’s going to run deeper than that.

***

Pode ser uma infinitude. 

As infinitudes são coisas estranhas. Tendemos a pensar nelas como algo de grande. Mas uma propriedade de uma infinitude se se adicionar 1, ou mesmo se se adicionar outra infinitude - é que não muda. Outro nome para algo que não muda é uma constante. Portanto uma infinitude não será grande ou pequena, só uma parte inalterável da nossa realidade.

Deve ser assim porque as nossa mentes são quase certamente coisas discretas, finitas.  Só conseguimos fazer mudanças finitas, só conseguimos distinguir entre muitos estados. O que quer que façamos, não conseguimos mudar uma infinitude. Por isso, se houver uma infinitude que seja uma parte fundamental do nosso Universo - como é que a observamos?

Tanto quanto sei nada na física se revelou infinito. (Um dia ouvi um físico colocar isto de outra forma - os números reais existem apenas nas mentes dos homens e, por isso, são decididamente irreais.) Certamente que o espaço e o tempo não são infinitos no sentido usual - tiveram um início e observamos a sua passagem, vemo-los mudar. A falta de infinitos não é tão óbvia quando olhamos para as grandes coisas, mas existe um conceito relacionado que acompanha cada infinitude - o infinitesimal. Infinitesimal implica que podemos continuar a dividir as coisas indefinidamente, o que, claro, podemos fazer com uma infinitude. No nosso universo observável não existem infinitesimais - tanto quanto sei tudo tem o seu limite de Planck, razão pelo qual não precisamos de (números) reais. Tudo o que a física mede é feito de discretas mudanças e as nossas mentes discretas e finitas adicionam essas mudanças àquilo que percebemos como a nossa realidade finita.

Acontece algo de similar na teoria do campo quântico, que diz que somos apenas uma colecção de ondas em grande parte permanentes mas em constante mudança. Assim como o entendo, esta é a melhor descrição que temos do nosso Universo. Mas conseguem perceber o problema? A afirmação contém essa palavra "mudança". E a necessidade de mudança constante implica que é cega às infinitudes. É exactamente o tipo de cegueira que se pode esperar de uma teoria pensada por mentes finitas.

Mas da mesma forma nada do que vi em física proíbe uma infinitude de existir no coração do nosso universo. Significa apenas que as nossas mentes finitas ainda não a observaram (o que dificilmente nos surpreende). Para nós, está simplesmente ali - uma constante. Se esta constante produz coisas como energia de vácuo, então perguntas como "de onde veio isso" perdem o sentido.

Isso não significa que uma infinitude ou um universo que contenha uma infinitude no seu núcleo seja irreconhecível por nós. Enquanto que as infinitudes são, bem, infinitas e portanto de certa forma irreconhecíveis, o seu comportamento definitivamente não o é. Os nossos cérebros finitos, ou pelo menos alguns matemáticos, mapearam bastante bem o que fazem e como se comportam. Não de forma perfeita - não temos a certeza absoluta de quantas existem, por exemplo. (...)

Dizer que existe uma infinitude à espreita, escondida entre a matemática que impulsiona a nossa física, não é de todo a mesma coisa que dizer que existe um deus. Ninguém pode afirmar ter dominado um deus, no entanto a nossa matemática já quase que domina as infinitudes. Conseguimos compreender isto. O problema é, se existe uma infinitude que gera o universo da forma como o observamos, os físicos ainda não a encontraram.

E já agora, o universo recorrente de Penrose parece-me decididamente finito. Se é infinito, porque observamos parte do ciclo como uma mudança? Se a infinitude estiver lá, será com certeza mais complicado (de resolver).

Russell Stuart, nos comentários

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Resolver reabrir este blog numa altura em que a blogoesfera da escrita está assim como que defunta, parece uma causa perdida. Muitos trocaram a intimidade e civilidade dos blogs de escrita pelo ruído e incivilidade das redes sociais. Alguns dos meus escritores e poetas preferidos fecharam os blogs e desapareceram para parte incerta. Outros ainda estão por aí, soltos. E eu voltei. Voltei para aqui, para o silêncio, como quem regressa ao deserto ou zarpa do porto em direção ao mar. Talvez me cruze com outros pelo caminho, talvez não. A solidão não me assusta.
A minha passagem pelas redes sociais foi curta, não suporto o barulho incessante, o cheiro do medo, o vazio das mentiras. Prefiro as ondas do deserto ou do mar, este silêncio, esta paz. Virei as costas e (de)sandei. Seja o que for, a partir de agora, este meu caminho, aqui posso respirar. Talvez termine alguns dos meus contos, talvez não. Quando estamos sózinhos no deserto ou no mar, não vale a pensa pensar o que está para além das dunas ou ondas, apenas interessa o ar limpo, a imensidão e a o re-despertar de todas as possibilidades. Que seja páscoa todos os dias.


quarta-feira, 20 de setembro de 2023



O ramo da cerejeira em flor
concede o seu perfume
a quem o quebrou

Chiyo-ni, poetisa japonesa, também conhecida como Kaga no Chiyo e Matto no Chiyo, é provavelmente a mais célebre poetisa de haiku (via Infopedia)

 



lamúria
nome feminino
lamentação interminável e importuna; choradeira; queixume
(Do lat. Lemurìa, «festas em honra dos lémures») – espíritos, fantasmas
fonte: Infopedia

Na verdade a Lemurìa era um dos Festivais dos Mortos dos Romanos, mas estes mortos, os lémures, eram muito aborrecidos, pois se não fossem pranteados, tornavam-se incómodos. Creio que estes mortos eram os espíritos dos lamuriadores.

Há os que sofrem e calam e se tornam mais fortes, há os que sofrem e lutam e ultrapassam a dor, há os que sofrem e passam a vida a lamuriar-se. São os lamuriadores. Esses vivem em constante sofrimento e comiseração por si próprios. Os lamuriadores têm comportamentos facilmente identificáveis. Para começar, gostam de confraternizar com outros lamuriadores. E quando os lamuriadores se juntam, é sempre aos pares, até porque não há muitos. Dois lamuriadores só se lamuriam se não houver nenhum não-lamuriador entre eles, pois as suas lamúrias só não são ridículas para eles próprios e correm o risco, caso um não-lamuriador interfira nas suas lamúrias com um pouco de bom-senso, de serem deslamuriados definitivamente. Isso seria um enorme inconveniente, pois os lamuriadores vivem unica e exclusivamente para as suas lamúrias, não saberiam viver sem elas e correriam até perigo de vida, se fossem subitamente deslamuriados. Os lamuriadores aparentam ser pessoas normais até se encontrarem com outro lamuriador. Aí começam as lamúrias. Lamuriam tudo, as escolhas que fizeram na vida e de que tanto se arrependem, os empregos que têm e que os reprimem, a cidade onde vivem, que devia ser outra, os vizinhos impossíveis de aturar, os cônjuges que não os amam nem compreendem, os filhos que não queriam ter e tiveram, as virtudes escondidas que ninguém vê e que o "mundo", tal como é, não deixa que se desenvolvam, os pais que os não entendiam, o tempo que não têm... nós não podemos escutar estas conversas, mas podemos adivinhá-las, porque quando dois lamuriadores se lamuriam, as expressões deles mudam, trocam gestos e sussurros secretos e saem dessas conversas mais lamurientos do que nunca, prontos a matar quem quer que se aproxime deles com um sorriso no rosto. Odeiam sorrisos e não têm nenhum sentido de humor. Perdem todas as oportunidades de alegria e felicidade que o universo lhes oferece, só para poderem lamuriar-se disso mais tarde. Os únicos momentos de satisfação que sentem é durante as suas lamúrias com outro compreensivo lamuriador.

É por isso que, quando morrem, obrigam outros a lamuriar-se por eles. Já não podem lamuriar-se eles próprios. Vão para o inferno dos lamuriadores.


 

Não se perdeu nenhuma coisa em mim.
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade.


Sophia de Mello Breyner Andresen

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

... e da sua chegada a um outro lugar.

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