Por vezes a vida é tão insuportável para alguns que só lhes resta encená-la. Criam cenários e actores, enredos e diálogos, sendo sempre eles os actores principais, os únicos de carne e osso; os restantes, fantoches, sombras, sem pincelada de realidade, nem um sorriso verdadeiro, nem uma lágrima que molhe, nem um toque em que se sinta o osso ou a veia a pulsar, não, tudo imaginado, imaginário: imagens idealizadas.
E eu sento-me no balcão, silenciosa, e a única coisa que posso fazer é aplaudir.
Mas não me convidem para o palco. Posso até assistir à peça até ao fim. Depois parto sem me despedir.
Fotografia: Marco Di Fabio
Bonito texto.
ResponderEliminarO mundo é composto por muito actores.
Boa tarde
Sonhadora
Laura,
ResponderEliminarInfelizmente este tipo de "actores" proliferam. Eu confesso que gosto de teatro, mas não entro nestas peças, recuso-me, assisto de camarote como se costuma dizer. E, se necessário levanto-me e de pé aplaudo, mas aquele aplauso seco, creio que sabe como é, e quem está em cena, pensando estar no seu melhor irá ficar a pensar se ainda o souber..., depois então retiro-me porque não compactuo com a falta de autenticidade que hoje sinto nas pessoas.
Gostei :)
Abraço
Sim a ambas, mas neste meu texto eu refiro-me a outro tipo de actores, àqueles que pelo sofrimento necessitam de recriar uma vida, dessa forma afastando a realidade e... outros.
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