Bastou a energia falhar durante 24 horas na Península Ibérica, para que um jornalista perguntasse se não era melhor termos centrais a carvão.
Isto é na África do Sul, nos dias de hoje
Mais um pouco e perguntavam pelas centrais de fusão nuclear. Se ao menos perguntassem pela fissão nuclear, ou pelo hidrogénio… o que não resolveria nada, pois nem sei mesmo se as pessoas entendem - o que é algo assustador- como funciona a electricidade.
Assustador, porque houve sempre e apenas um punhado de pessoas que fizeram avançar a Humanidade, arrastando-as das cavernas e lutas feudais, das monarquias e das ditaduras, para um mundo de bancocracia. Mas isso já não é culpa desse punhado de pessoas. É culpa dos chico-espertos que ainda hoje viveriam nas cavernas de pau na mão, não fosse esse punhado de gente do povo, iluminada e inteligente. E os chico-espertos foram-se adaptando. Acendia-se uma luz e eles apagavam. Veio o Cristo e eles fizeram o Catolicismo, por exemplo. Veio a revolução industrial e eles criaram as fábricas. Vieram os computadores e eles criaram as redes sociais.
Tenho dois “pequenos radiozinhos a pilhas”. Sim, as pilhas também são poluentes. Mas ambos os radiozinhos também ligam à rede elétrica, que no meu caso é 100% limpa: vem da energia solar e das hidroelétricas. Só uso as pilhas para emergências, como foi ontem.
Foi por isso que pude ouvir aquela pergunta medrosa e egoísta. Até ontem, aposto que ninguém queria regressar ao “fog” ou matar ainda mais. Desconhece-se a causa do “blackout”, mas a pergunta do jornalista é reveladora do egoísmo da Humanidade, tal como ela é hoje, ou talvez sempre tenha sido. Mim, mim, mim. Eu, eu, eu. Medo, medo, medo.
Às vezes pergunto-me se vale a pena lutar ainda por aquela centelha de luz que se calhar já nem existe. Estou apenas de passagem neste planeta. Só ainda não parei de lutar pelas outras criaturas não humanas… mas não vale a pena. Elas morrerão todas neste planeta com a agonia do Sol. Os chico-espertos, como o Trampas e o Musgo acham que elas não são importantes. São tão estúpidos, que nem sabem que estão a cavar o próprio inferno.