as almas, os pássaros

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sexta-feira, 2 de março de 2012

o ideal de um cão é, sem dúvida alguma,
uma cadela.
o ideal de uma cadela é, sem dúvida alguma,
um cão.

fazem muito barulho e têm muitas crias.

silenciosos, precisos, exactos são
os lobos.

por isso os matam.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012





Ai Orpheu, Orpheu! Por vezes temos mesmo de ir ao Inferno resgatar o Amor.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Enquanto a única diferença entre o senhor e o escravo for a mão que segura o chicote, homem algum será livre.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

quando tudo o que os alimenta é o sangue dos outros, porque não têm uma mulher que os ame, ou um filho que os admire, ou um único amigo em quem possam confiar, têm apenas o sangue dos outros, e os contratos que lhes permitem bebê-lo, porque não vêm a estrela do norte, a lua ou o sol, vêm apenas o vermelho escuro do sangue dos outros, que bebem sôfrega e amargamente, é natural que fiquem cada vez mais feios, chupados, com olheiras, porque o sangue dos outros bebe-os a eles.

[a propósito da entrevista a Ricardo Espírito Santo Salgado, presidente do Banco Espírito Santo 
e outros vassalos que quereriam ser como ele, sei lá eu porquê]

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Constituição da República Portuguesa, Artigo 21.º, Direito de resistência

Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, 
liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, 
quando não seja possível recorrer à autoridade pública.


Os menos afoitos podem exercer o seu direito da segunda forma mais bela: sorrindo. Quanto aos mais afoitos, deles tudo e nada se pode esperar. Podem tudo, até o nada mais belo.



terça-feira, 17 de janeiro de 2012



eles, os donos, cangam os
criados, vós, cangais os
bois, nós, não cangamos o
touro, ele, não (te) canga
tu cangas(te),
eu não me cango,
ca(n)ga-te



quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

a vulgaridade é sempre premiada com um estrondoso aplauso


 

A que regressamos? Porque regressamos? Porquê o aparentemente infinito regresso a não sei que ponto de não sei que céu? Que melodia é esta que nos une e separa, que pulsa e nos pulsa e nos toma o pulso? E porque é que pergunto, se tudo o que escuto é um eco?

surda. devo estar surda. cega. tudo se confunde, letras, imagens, criaturas, vivências, memórias. fecho os olhos à noite e viro-os para dentro              então        
                     vejo o universo. por vezes é preto e adormeço logo. por vezes tem estrelas e galáxias, como a música que me mantém desperta, quando tem cores, sossego, as cores e as batidas de coração nas partículas, um silêncio estrondoso, melodioso, tudo nasce e morre, a conhecer-se, a conhecer-se, a conhecer-se. eco. ecoo em tudo. tudo ecoa em mim. regresso. não sei se dormi.



To what do we return? Why do we return? Why the seemingly endless return to "I do not know which point of I do not know which heaven"? What music is this that binds and separates us, that pulses and senses us and experiences us? And why do I ask if all I hear is echo?

deaf. i must be deaf. blind. everything merges, characters, images, creatures, lives, memories. i close my eyes at night and turn them inside. then
i see       the universe. sometimes it is black and i fall asleep instantly. sometimes it has stars and galaxies, as the music that keeps me awake. if it has colors, i rest. the colors and heartbeats in  particles, an astounding, melodic silence. everything is born and dies, knowing itself, knowing oneself, knowing the self. echo. i echo in everything. everything echoes in me. return. i can not tell if i ever slept.



sábado, 31 de dezembro de 2011

Estou com vontade de fazer algo que nunca fiz: resoluções para o novo ano. O problema é ser tão desobediente que desobedeço a mim própria. It's my life. It's my life.


Se a memória me não falha, creio que esta será a primeira passagem de ano - no ocidente - que passo só. Não que esta data tenha algum significado especial para mim, mas tem para tantas pessoas. Para mim não, como não tem para as plantas ou para os animais. São mais importantes os solstícios e os equinócios, as rotações e as translações. E eu compreendo, esta necessidade de controlar o tempo, de o domar, embora tal não seja possível. Há sempre acertos a fazer, por melhores que sejam os físicos e os matemáticos, porque o tempo sofre oscilações e estica e encolhe, como as nossas mentes. 
As pedras, as plantas e os animais estão certos. O tempo é um rio e corre como quer, por onde quer, por vezes lento, por vezes rápido, doce e suave, ou violento e esmagador. 
E nós como folhas na água, pensamentos frágeis, poderosos no seu conjunto, ignorantes desse poder, procurando conhecer o que está na água do rio do tempo. 
Por isso, tchin-tchin. Toda a verdade está aqui, pois qualquer rio corre para o mar, tchin.

A todos os que me acompanharam desde sempre, desde o meu primeiro blog (o sal das lágrimas), a todos os que nunca me acompanharam, a todos os que só agora me acompanham, desejo... 

... que possam estar comigo um dia, diante do mar. Tchin.
 

 

sábado, 29 de outubro de 2011






Somos sete biliões de humanos e vivemos em sete biliões de mundos diferentes. Estamos longe do fim e do princípio. Pensamos nós. Pensamos demais. Sentimos pouco. Talvez por medo.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011




Há dias em que me sinto a sombra da falsa luz e a luz da falsa sombra.
A dualidade em mim é extrema e una.
Tudo se quebra à minha passagem.
Tudo se volta a reunir.
O que fica quebrado nunca existiu.


terça-feira, 20 de setembro de 2011

Se o de esquerda é demasiado burro para governar, o de direita é demasiado estúpido. Entre um burro revolucionário e um estúpido reaccionário, prefiro o burro revolucionário, até porque o estúpido costuma ter a mania que é inteligente. O primeiro tem pelo menos no horizonte a noção de livre-pensamento, liberdade, compaixão. O segundo tem no horizonte a escravidão, a começar pela própria. Do burro pode-se esperar o caos criativo, do estúpido apenas a prisão. O que eu gostava mesmo, mesmo, era de um equilíbrio, de um consenso, de diálogo. Mas tal não é possível no actual panorama político. Entre o burro revolucionário e o estúpido reaccionário existe apenas uma massa amorfa e corrupta. Assim sendo, vou votar num novo parádeigma, a partir do qual espero uma nova realidade venha ao ser.
A minha rosa quer adormecer e eu não deixo. Se ela adormece, morro. Olho os quatro pontos cardeais da Terra e vejo a Humanidade acéfala dirigida pela gulosa Ignorância, a gananciosa Cegueira e a insaciável Fome.  Pedem-me para traçar os planos do poder e vejo os últimos redutos incendiados, em todas as direcções em que olhe. Não tenho mais onde refugiar-me, que mãe é esta que não vê a dor da sua filha? Há livros que acabam bem. Há filmes que acabam bem. A Vida e a Poesia não acabam bem. 
 


Fonte da imagem: Temperance and greed
                                            
                                                a oposição à luz redunda em chaga aberta
                                                miragem, não posso ficar,
                                                porque dói, não posso,
                                                quando ela parte
                                                vou atrás

Morra o bispo e morra o papa.
maila sua clerezia.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Morram frades, morram freiras.
maila sua virgaria.
Ai rosas de sangue e leite.
que só a terra bebia!
Morra o rei e morra o conde.
maila toda fidalgula.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Morram meirinho e carrasco.
maila má judicaria.
Ai rosas de sangue e leite.
que só a terra bebia!
Morra quem compra e quem vende,
maila toda a usuraria.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Morram pais e morram filhos.
maila toda filharia.
Ai rosas de sangue e leite.
que só a terra bebia!
Morram marido e mulher.
maila casamentaria.
Ai rosas de leite e sangue,
que só a terra bebia!
Morra amigo, morra amante.
mailo amor que se perdia.
Ai rosas de sangue e leite,
que só a terra bebia!
Morra tudo, minha gente.
vivam povo e rebeldia.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!

Jorge de Sena

 We were never able to afford the rich. The rich are here to teach us we can not afford them and we must therefore dream further.

Mas em português, é assim: a Vida não existe para sustentar os predadores. Os predadores estão aqui para nos ensinar que não podemos sustentá-los e que temos, portanto, de sonhar para além deles. Não somos rosas de leite e sangue. Apenas. Maila, maila, baila.

 

Se tenho que bater, não sorrio. Beijo e choro. Não sorrio. Quem sorri quando bate tira disso um secreto e íntimo prazer. O odioso e lamacento prazer do ego. Por vezes temos que bater. Se dizer a verdade é bater. Se espelhar o feio é bater. Beijamos e choramos. Não sorrimos. Quem sorri quando bate é falso. Quem sorri quando bate mente, pois aprecia o poder de bater em vez de sofrer a dor de bater.


sábado, 11 de junho de 2011



observando a natureza sem a mente, cheguei a outra conclusão. o que está mesmo muito muito em cima está em todos os graus-degraus e em nenhum. com esse, qualquer ser vivo aprende sempre ou é empurrado para baixo, para reaprender.




observando a natureza, cheguei a uma conclusão: nenhum ser vivo consegue apreender algo a não ser com aquele que está um grau-degrau à sua frente ou atrás de si. observando mais profundamente a natureza, cheguei a outra conclusão: existir no círculo de um ser vivo algo mil graus-degraus à sua frente faz a diferença entre querer aprender com o que está à sua frente ou atrás. ou não querer aprender de todo. depende do grau-degrau.

quinta-feira, 31 de março de 2011

L' amour est éternel... oui, tant qu'il dure... 
Henri de Régnier, poeta e romancista francês, 1864-1936


sentei-me só. tão só. durante anos.

um: ano do mais profundo amor, dois: ano da mais profunda dor; três: ano da mais profunda raiva; todos começaram em março, com os meus rios;

senti-me só, tão só. tão escuro.

quatro: um ano da mais profunda libertação. todos os sentimentos são eternos... enquanto duram, disse-o o Poeta. 

o Poeta não estava a brincar. o Poeta não brinca. quando os sentimentos jorram em nós oriundos da alma primordial, são eternos. podemos separar-nos deles, porque apenas existimos para os experimentar, mas eles não nascem nem morrem em nós. vêm do fundo da luz-escuridão, quebram as barreiras do tempo e do espaço, passamos por eles, iluminam-nos ou quebram-nos e seguimos, deixando-os onde estão, onde sempre estiveram, onde sempre estarão.

numa terra chamada Nonada.

folhas soltas

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