as almas, os pássaros

as almas, os pássaros

as almas, os pássaros

as almas, os pássaros

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012





Ai Orpheu, Orpheu! Por vezes temos mesmo de ir ao Inferno resgatar o Amor.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Enquanto a única diferença entre o senhor e o escravo for a mão que segura o chicote, homem algum será livre.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

quando tudo o que os alimenta é o sangue dos outros, porque não têm uma mulher que os ame, ou um filho que os admire, ou um único amigo em quem possam confiar, têm apenas o sangue dos outros, e os contratos que lhes permitem bebê-lo, porque não vêm a estrela do norte, a lua ou o sol, vêm apenas o vermelho escuro do sangue dos outros, que bebem sôfrega e amargamente, é natural que fiquem cada vez mais feios, chupados, com olheiras, porque o sangue dos outros bebe-os a eles.

[a propósito da entrevista a Ricardo Espírito Santo Salgado, presidente do Banco Espírito Santo 
e outros vassalos que quereriam ser como ele, sei lá eu porquê]

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Porque já ninguém olha para ela.

North Star May Be Wasting Away




quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Constituição da República Portuguesa, Artigo 21.º, Direito de resistência

Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, 
liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, 
quando não seja possível recorrer à autoridade pública.


Os menos afoitos podem exercer o seu direito da segunda forma mais bela: sorrindo. Quanto aos mais afoitos, deles tudo e nada se pode esperar. Podem tudo, até o nada mais belo.



terça-feira, 17 de janeiro de 2012



eles, os donos, cangam os
criados, vós, cangais os
bois, nós, não cangamos o
touro, ele, não (te) canga
tu cangas(te),
eu não me cango,
ca(n)ga-te



quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

a vulgaridade é sempre premiada com um estrondoso aplauso


 

A que regressamos? Porque regressamos? Porquê o aparentemente infinito regresso a não sei que ponto de não sei que céu? Que melodia é esta que nos une e separa, que pulsa e nos pulsa e nos toma o pulso? E porque é que pergunto, se tudo o que escuto é um eco?

surda. devo estar surda. cega. tudo se confunde, letras, imagens, criaturas, vivências, memórias. fecho os olhos à noite e viro-os para dentro              então        
                     vejo o universo. por vezes é preto e adormeço logo. por vezes tem estrelas e galáxias, como a música que me mantém desperta, quando tem cores, sossego, as cores e as batidas de coração nas partículas, um silêncio estrondoso, melodioso, tudo nasce e morre, a conhecer-se, a conhecer-se, a conhecer-se. eco. ecoo em tudo. tudo ecoa em mim. regresso. não sei se dormi.



To what do we return? Why do we return? Why the seemingly endless return to "I do not know which point of I do not know which heaven"? What music is this that binds and separates us, that pulses and senses us and experiences us? And why do I ask if all I hear is echo?

deaf. i must be deaf. blind. everything merges, characters, images, creatures, lives, memories. i close my eyes at night and turn them inside. then
i see       the universe. sometimes it is black and i fall asleep instantly. sometimes it has stars and galaxies, as the music that keeps me awake. if it has colors, i rest. the colors and heartbeats in  particles, an astounding, melodic silence. everything is born and dies, knowing itself, knowing oneself, knowing the self. echo. i echo in everything. everything echoes in me. return. i can not tell if i ever slept.



sábado, 31 de dezembro de 2011

Estou com vontade de fazer algo que nunca fiz: resoluções para o novo ano. O problema é ser tão desobediente que desobedeço a mim própria. It's my life. It's my life.


Se a memória me não falha, creio que esta será a primeira passagem de ano - no ocidente - que passo só. Não que esta data tenha algum significado especial para mim, mas tem para tantas pessoas. Para mim não, como não tem para as plantas ou para os animais. São mais importantes os solstícios e os equinócios, as rotações e as translações. E eu compreendo, esta necessidade de controlar o tempo, de o domar, embora tal não seja possível. Há sempre acertos a fazer, por melhores que sejam os físicos e os matemáticos, porque o tempo sofre oscilações e estica e encolhe, como as nossas mentes. 
As pedras, as plantas e os animais estão certos. O tempo é um rio e corre como quer, por onde quer, por vezes lento, por vezes rápido, doce e suave, ou violento e esmagador. 
E nós como folhas na água, pensamentos frágeis, poderosos no seu conjunto, ignorantes desse poder, procurando conhecer o que está na água do rio do tempo. 
Por isso, tchin-tchin. Toda a verdade está aqui, pois qualquer rio corre para o mar, tchin.

A todos os que me acompanharam desde sempre, desde o meu primeiro blog (o sal das lágrimas), a todos os que nunca me acompanharam, a todos os que só agora me acompanham, desejo... 

... que possam estar comigo um dia, diante do mar. Tchin.
 

 

domingo, 25 de dezembro de 2011

And death shall have no dominion. 
Dead men naked they shall be one
With the man in the wind and the west moon;
When their bones are picked clean and the clean bones gone,
They shall have stars at elbow and foot;
Though they go mad they shall be sane,
Though they sink through the sea they shall rise again;
Though lovers be lost love shall not;
And death shall have no dominion.

And death shall have no dominion.
Under the windings of the sea
They lying long shall not die windily;
Twisting on racks when sinews give way,
Strapped to a wheel, yet they shall not break;
Faith in their hands shall snap in two,
And the unicorn evils run them through;
Split all ends up they shan’t crack;
And death shall have no dominion.

And death shall have no dominion.
No more may gulls cry at their ears
Or waves break loud on the seashores;
Where blew a flower may a flower no more
Lift its head to the blows of the rain;
Though they be mad and dead as nails,
Heads of the characters hammer through daisies;
Break in the sun till the sun breaks down,
And death shall have no dominion.

~

E a morte não terá domínio algum.
Na sua nudez, os homens mortos serão um
Com o homem no vento e a lua do ocidente;
Quando os seus ossos forem colhidos e limpos no pó,
Haverá estrelas em ombro e pé.
Mesmo que se tornem loucos, serão sãos,
Mesmo que afundem no mar, erguer-se-ão;
Mesmo que os amantes se percam, o amor não;
E a morte não terá domínio algum.

E a morte não terá domínio algum.
Sob as vagas espiraladas do mar,
Os que há muito jazem, não morrerão tempestuosamente;
Torcidos pela roda, quando a coluna ceder,
Acorrentados, não quebrarão;
A fé nas suas mãos estalará,
Percorridos pelas dores do unicórnio;
Ao rasgarem-se num desabrochar de fins, não sucumbem;
E a morte não terá domínio algum.

E a morte não terá domínio algum.
Os gritos das gaivotas silenciar-se-ão nos seus ouvidos
Assim como o estrondo das vagas espiraladas na praia;
Onde soprou flor que jamais flor alguma
Erga a sua corola aos golpes da chuva;
Ainda que loucas e mortas como pregos,
Cabeças de símbolos martelam através de margaridas;
Irrompem no sol até que o sol se rompa,
E a morte não terá domínio algum.

Dylan Thomas, traduzido por mim.



folhas soltas

a tua alma apontada (1) A viagem da alma (28) Agnieszka Kurowska (1) Agostinho da Silva (2) Agustina Bessa-Luís (1) Aida Cordeiro (1) Al Berto (1) Alexandre Herculano (1) Alisteir Crowley (1) Almada Negreiros (2) Amanda Palmer (1) amigos (1) Ana Cristina Cesar (1) Ana Hatherly (1) Anne Stokes (1) Antero de Quental (1) António Lobo Antunes (2) António Ramos Rosa (2) Apocalyptica (1) apócrifos (2) Arte Virtual (1) as almas os pássaros (1) As Arqui-inimigas (1) Ashes and Snow (1) Auguste Rodin (1) autores preferidos (88) avós (1) Bocelli (1) Bon Jovi (1) Buda (1) Carl Sagan (1) Carolina (3) Caroline Hernandez (1) Catarina Nunes de Almeida (1) ce qu’il faut dépenser pour tuer un homme à la guerre (1) Cheyenne Glasgow (1) Chiyo-ni (1) Chogyam Trungpa Rinpoche (1) cinema (6) Cinema Paradiso (1) Clarice Lispector (1) Coldplay (1) Colin Horn (1) Constantin Brancusi (1) contos (28) Contos para crianças (6) Conversas com os meus cães (2) Curia (1) Daniel Faria (2) David Bohm (1) David Doubilet (1) Dítě (1) Do Mundo (32) Dylan Thomas (1) Eça de Queiroz (1) Eckhart Tolle (1) Edgar Allan Poe (1) Edmond Jabès (1) Elio Gaspari (1) Emily Dickinson (4) Ennio Morricone (1) Eric Serra (1) escultura (2) Federico Mecozzi (1) Fernando Pessoa (3) Fiama Hasse Pais Brandão (3) Fiona Joy Hawkins (1) Física (1) fotografia (9) Francesco Alberoni (1) Francisca (2) Fynn (1) Galileu (1) Gastão Cruz (2) Georg Szabo (1) George Bernanos (1) Giuseppe Tornatore (1) Gnose (2) Gonçalo M. Tavares (1) Gregory Colbert (1) Haiku (1) Hans Christian Andersen (1) Hans Zimmer (1) Henri de Régnier (1) Henry Miller (1) Herberto Helder (5) Hermes Trismegisto (1) Hilda Hilst (3) Hillsong (1) Hipácia de Alexandria (1) Igor Zenin (1) inteligência artificial (1) James Lovelock (1) Jean-François Rauzier (1) Jess Lee (1) João Villaret (1) Johannes Hjorth (1) Jonathan Stockton (1) Jorge de Sena (1) Jorge Luis Borges (2) Jorseth Raposo de Almeida (1) José Luís Peixoto (2) José Mauro de Vasconcelos (1) José Régio (1) José Saramago (1) Khalil Gibran (1) Krishnamurti (1) Kyrielle (1) Laura (1) Linkin Park (1) Lisa Gerrard (3) Live (1) Livros (1) Loukanikos (1) Luc Besson (1) Ludovico Einaudi (1) Luis Fonsi (1) Luís Vaz de Camões (1) Luiza Neto Jorge (1) Lupen Grainne (1) M. C. Escher (1) M83 (1) Machado de Assis (1) Madalena (1) Madan Kataria (1) Manuel Dias de Almeida (1) Manuel Gusmão (1) Marco Di Fabio (1) Margaret Mitchell (1) Maria Gabriela Llansol (1) Memórias (25) Michelangelo (1) Miguel de Cervantes y Saavedra (1) Miguel Esteves Cardoso (1) Miguel Sousa Tavares (1) Miguel Torga (1) Milan Kundera (1) música (25) Neil Gaiman (1) Nick Cave (1) Noite de todos os santos (1) O sal das lágrimas (2) Olavo de Carvalho (1) Orações (1) Orides Fontela (1) Orpheu (1) Oscar Wilde (3) Palavras preferidas (1) Palavras que odeio (1) Paolo Giordano (1) páscoa todos os dias (3) Patrick Cassidy (1) Paul Valéry (1) Paulo Melo Lopes (2) pensamentos (76) pintura (5) Platão (1) poemas (15) Poemas Gregos (2) Poesia (2) prosas (25) Prosas soltas (1) Radin Badrnia (1) Richard Linklater (1) rios de março (1) Roland Barthes (1) Russell Stuart (1) Serafina (2) Shalom Ormsby (1) Sigur Rós (1) Simone Weil (1) sobrinhas (5) Sócrates Escolástico (1) Sofia Raposo de Almeida (176) Sophia de Mello Breyner (14) Stephen Fry (1) Stephen Simpson (1) Steve Jobs (1) Susan J. Roche (1) Sytiva Sheehan (1) Teresa Vale (1) The Cinematic Orchestra (2) The Verve (1) Thomas Bergersen (1) Todd Gipstein (1) Tomás Maia (1) traduções de poemas (5) Uma Mulher na Foz de um Rio (4) valter hugo mãe (1) Vincent Fantauzzo (1) Wayne Roberts (1) wikihackers (1) William Blake (2) Yeshua (2) Yiruma (1)

cinco mais