Um dia, estava ela empoleirada numa árvore, a pensar desistir de tanto esforço vão, quando viu um pequeno aranhiço a trepar pela árvore acima. Este aranhiço também era MUITO pequeno. Quase tão pequeno como ela. Quando o aranhiço chegou a meio da árvore, olhou para ela com os seus oito olhos e perguntou: - Como te chamas?A fadinha ficou muito espantada e estremeceu de felicidade, pois era a primeira vez que alguém dava por ela. - Chamo-me Dóriel., respondeu, na sua voz musical, que também ninguém ouvia, excepto agora o aranhiço, claro. E tu?- Não sei, nunca ninguém me viu antes, nunca ninguém me deu um nome.Então, a fadinha, encantada por ter finalmente encontrado um verdadeiro amigo, resolveu transformá-lo no Homem-Aranha. Do aranhiço desajeitado, surgiu um lindo rapaz, só com um par de olhos, muito vivos, as pernas compridas e muita força. E embora ele fosse muito grande e combatesse heroicamente o mal neste mundo, quando estava perto dela, ficava sempre pequenino, como ela, e ajudava-a a pintar as folhas das árvores todas as estações, verdes no verão e amarelas e encarnadas no outono, as pétalas das flores, as pintas encarnadas das joaninhas e o intrincado padrão das asas das borboletas. Aliás, foi assim que nasceram as borboletas castanhas, pois o Homem-Aranha não tinha muito jeito para desenhos complicados e quis desenhar borboletas parecidas com ele, quando ainda era um MUITO PEQUENO aranhiço.Quando terminavam juntos a pintura da estação, ele voltava a crescer e saltava das árvores, regressando à cidade.
E é por isso que, apesar de vivermos na cidade, temos ainda tanta cor à nossa volta e ainda por cima temos o Homem-Aranha para nos proteger.
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