
quinta-feira, 8 de outubro de 2009

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

(2) O que está em baixo é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está em baixo, para realizar os milagres de uma única coisa.
(3) E assim como todas as coisas vieram do Um, assim todas as coisas são únicas, por adaptação.
(4) O Sol é o pai, a Lua é a mãe, o vento o embalou em seu ventre, a Terra é sua alma;
(5) O Pai de toda Telesma do mundo está nisto.
(6) Seu poder é pleno, se é convertido em Terra.
(7) Separarás a Terra do Fogo, o sutil do denso, suavemente e com grande perícia.
(8) Sobe da terra para o Céu e desce novamente à Terra e recolhe a força das coisas superiores e inferiores.
(9) Desse modo obterás a glória do mundo.
(10) E se afastarão de ti todas as trevas.
(11) Nisso consiste o poder poderoso de todo poder:
Vencerás todas as coisas sutis e penetrarás em tudo o que é sólido.
(12) Assim o mundo foi criado.
(13) Esta é a fonte das admiráveis adaptações aqui indicadas.
(14) Por esta razão fui chamado de Hermes Trismegistos, pois possuo as três partes da filosofia universal.
(15) O que eu disse da Obra Solar é completo.
domingo, 20 de setembro de 2009
Milan Kundera, in A insustentável leveza de ser
E dizia eu hoje a mim mesma que foram apenas coincidências, apenas isso, coincidências. Cruéis e inesperadas coincidências. E vinguei-me. Matei todos os pássaros.
Excerto do capítulo terceiro, olhos vegetais
[...]
impressionante o cheiro de terra que comprimia o seu corpo de semente. no começo, quando o vento a lançara sobre o solo, tinha algum movimento, mas depois o mesmo vento, como se cumprisse uma missão, viera rodopiando, até a cobrir de areia. aos poucos foi conseguindo respirar, até se acostumar com aquele aprisionamento. alguma coisa garantia não durar muito... uma angústia enorme invadia toda a insignificância do seu ser, porque a terra, sempre escura, não contava nada do que se passava do lado de fora. verdade era que tinha saudade do sol e dos cantos dos pássaros; entretanto, acalmava-se e tentava compreender que aquele mistério fazia parte necessariamente de sua transformação.
e os dias iam passando, compridos e iguais, aumentando cada vez mais as horas de calor. as vezes, vermes escorregadios tocavam no seu corpo nervoso e isso fazia com que desejasse voltar ao mundo antigo.
IV
RECORDAÇÕES
O vento entrou silencioso pelo canto da porta, a madeira a ranger meio que rangia, ainda a ouvir-se uma pequena farpa escondida de som, de qualquer som, um pequeno ranger, foi todo o ranger que se ouviu, a entrar devagar, o canto da porta a deixar-se enganar pelo ranger, pelo frio, devagar pela porta, um pequeno som quase inaudível, perto do não som, e o sol a fugir pela frincha, pelo canto, a porta que deixava entrar o ranger que não o ouvia o homem sentado à mesa, a porta e o telhado e o prato perto de mortos, a colher caída, como o som lhe fizesse companhia, as mãos na cabeça e o som, a cozinha, Vem, que não ouço, veio o ranger despertar-me ou nem o sei, dizia, a cabeça a rasar o prato e o ranger, as mãos na cabeça e o ranger a recrudescer, a cozinha e as paredes e os pratos perto da cabeça do homem, homem cabeça, o ranger da porta, o tempo que ela demorou a chegar, devagar, um pé no outro, cuidadoso, a tactear parede rugosa, o ranger da porta que rangia, Vem, que não ouço, Vem, que não te ouço, e veio um ranger ainda maior que o ranger, zuniu furioso a estalar o som, já não perto do não som, mais perto do som que do não som, e o homem de cabeça nas mãos, nos pratos, na cozinha, na mesa da cozinha, as paredes que ela vinha tacteando, as rugas, as farpas, furioso o ranger que invadia a cozinha, o homem as mãos na cabeça os pratos pelo canto da porta, de nada lhe vale porque o vento, o vento que não tem som, o vento assobia nas frinchas, nas arestas, nos cantos da porta, a porta que não estala mas perto, o vento a empurrá-la com fúria, Vem, que o vento, diz, e ela chega, agarra-lhe nas mãos e na cabeça e nos pratos e na mesa da cozinha e olha-o, o homem as mãos na cabeça, na falta de som, ou no excesso de som, o que veio pelo canto da porta, da porta da cozinha, virada ao vento veloz furando mais furioso, um pequeno som inaudível agigantando-se, e todos os sons deixam de ser silêncio, todo e qualquer pequeno bulir já não agulha surda no chão, salto de pulga, agora um vendaval, mais que uma interminável banda momentos antes do espectáculo, momentos antes da melodia, como tudo o que houvesse fosse um grande e único som que não se percebe, tão perto do silêncio como da brutalidade e ela disse assim Vem que o som, o som que vem pela porta, que o som pelo canto da porta não te incomode, homem mãos na cabeça, a cabeça perto do prato, da mesa, da mesa da cozinha.
Paulo Melo Lopes
Sentir sem pensar é amar-me e, através de mim, o universo inteiro.
Mas eu estou tão cansada. Há fome e dor no mundo. Há guerra. Há revolução.
E tu tens fome, sei que tens fome e eu não posso saciar-te.
Tamanha beleza, tão inalcançável, tão à mão de semear, semeemos então, semeemos, saciemos então o mundo com pensamentos de paz.
Já te disse que me doem os pés e perguntam-me todos porquê, porque me doem os pés, são as pedras do caminho, são mais do que pedras, são navalhas, punhais, espadas, estalagmites de gelo a dez milhões de graus negativos e os pés doem-me, o pior é que a alma também dói.
Eckhart Tolle
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
domingo, 6 de setembro de 2009
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