Senhor das Palavras, não te quero aqui.
As palavras que te roubei estão mortas.
Eu também.
Até que a realidade a trespassou de lança, como a um estafermo de barro fresco, ao ver as palavras secas a corromperem-se entre os dedos famintos. Pegou então no que restava delas, pedaço a pedaço, e devorou-as, mastigou-as raivosamente, rasgou-as com os dentes caninos, triturou-as com os molares, desfez o resto em papa com a acidez da saliva e tentou cuspi-las. As palavras, vingativas, invadiram-lhe as entranhas e penetraram-lhe no sangue. Agora, deliciadas, vampirizam-lhe o corpo e a vida, devagar, muito devagar, com o prazer deleitoso, profundo e egoísta das mortas-vivas.
Obrigado. É só o que me ocorre dizer. Sabe de quanto a gosto de ler, Laura, não sabe?
ResponderEliminarBeijo amigo
Mel
Cara Mel,
ResponderEliminarObrigado por quê? Obrigada eu, pela visita e pelos seus belos contos.
Abraço,
Laura